História Circulante


História circulante do 7ºD
Ano lectivo 2010/2011

Trabalho realizado pela turma do 7ºD ao longo do segundo período.
Esta história realizou-se a partir da leitura da obra «o Cavaleiro da Dinamarca» que foi o motivo da nossa inspiração.
Seguimos as instruções da professora da disciplina de Língua Portuguesa, que nos motivou com imagens e nos orientou desta forma para o trabalho:

«Uma história para se tornar interessante tem que ter um bom enredo, geralmente todo ele gira em torno de algo, tem algum motivo para seguir adiante: intrigas, sonhos, guerras, romances, viagens. Estes temas são óptimos motivos para uma história.
O resto, depende da imaginação de quem está fazendo a história, e de quem participa dela, a imaginação é o factor primordial para se fazer uma boa história.
Citando novamente «O Cavaleiro da Dinamarca» de Sophia de Mello Breyner Andresen, toda a história gira em torno de um Cavaleiro que movido pela sua fé, determinação e coragem faz uma grande peregrinação. Tudo o que acontece nesta narrativa é relacionado de alguma forma a ele, e para tornar ainda mais interessante a história ainda possui histórias verdadeiras que vão sendo encaixadas e contadas ao cavaleiro. É todo este conjunto de enredos que nos faz viajar com o Cavaleiro e descobrir interessantes episódios da História da Europa por volta dos sec.XIV e XV.
Vamos nós também partir para uma aventura, que tal como a escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, nos fará viajar por «Terras» da nossa imaginação.
Começa por imaginar as Personagens, o Espaço envolvente e a Acção dessas mesmas Personagens. Utiliza momentos articulados de Descrição, Narração e Diálogo.
Começa assim:
            Havia um cavaleiro, assim era conhecido entre os amigos, não porque andasse a cavalo, mas pelo seu porte altivo e nobre. Nem gostava de andar a cavalo, gostava sim, de conversar com eles. Dizia-se que o Cavaleiro tinha o talento de se fazer entender com todos os seres. Contavam-se histórias de que em criança falava com os animais e com eles comunicava na linguagem cativante dos pássaros…»
    

             
Leonardo, O Cavaleiro

        Havia um cavaleiro, assim era conhecido entre os amigos, não porque andasse a cavalo, mas pelo seu porte altivo e nobre. Nem gostava de andar a cavalo, gostava sim, de conversar com eles. Dizia-se que o Cavaleiro tinha o talento de se fazer entender com todos os seres. Contavam-se histórias de que em criança falava com os animais e com eles comunicava na linguagem cativante dos pássaros.
   O cavaleiro vivia numa bela casa com a sua família numa pequena aldeia de difícil acesso, situada no sul de Itália. Apesar de o seu dia-a-dia ser rotineiro, com os seus afazeres do meio rural, era um grande sonhador. Sonhava conhecer o mundo.
    Numa bela manhã de Primavera, ao observar os campos verdes e coloridos com os perfumes das flores, despertou no cavaleiro o desejo de correr o mundo. Tinha chegado o momento de se despedir da sua pequena aldeia. Uma viagem pelo mundo o esperava.
   O cavaleiro decidiu visitar a capital de cada país do mundo. Ia começar por Paris, a cidade do amor.
    No dia seguinte, acordou cedo e fez as malas com o coração partido por deixar a sua aldeia por algum tempo. Saiu de casa para se dirigir ao porto mais próximo, já que de barco encurtaria bastante a sua viagem. Embarcou e deu por si a pensar que, quem sabe, poderia encontrar finalmente o seu amor, alguém para lhe fazer companhia na sua viagem. Sonhou então com Paris, cidade mágica e com o encantamento daquela cidade que sempre desejara conhecer. A viagem foi longa e dura, pois nesta altura do ano era muito frio e era complicado passar de um país para o outro de barco.
  Depois de vários dias, o cavaleiro chega finalmente ao Sul de França. A região sul da França é um verdadeiro cartão postal de imagens que mostram o lindo mar Mediterrâneo, de um azul indescritível, que contrasta com o início da cadeia dos Alpes. Ele percorreu agora grande parte do território a cavalo, visitando as cidades de Toulouse e Avignon.
Demorou alguns dias em Toulouse, uma cidade que fica às margens do intempestivo rio Garrone. Era nesse ponto do rio onde os peregrinos, que se dirigiam a Santiago de Compostela, conseguiam cruzá-lo. Isto fez de Toulouse uma cidade muito importante naqueles tempos. A cidade é conhecida como "La Ville Rose" devido às construções erguidas com tijolos feitos com o barro vermelho da região. De lá, foi para Avignon, que foi a sede do Papado Cristão por um século (1309 - 1411), durante o qual dez papas se instalaram no imponente “Palais des Papes” e costumavam dar as bênçãos nessa janela imensa. Tanta beleza, tanta História fascinava o Cavaleiro, mas era Paris que ele desejava conhecer e quem sabe o amor da sua vida.
     A viagem até Paris foi muito dura, mas estava determinado em seguir. Encontrou belas cidades e com a sua simpatia, cordialidade e talento em muitas tarefas, foi conseguindo sempre abrigo e orientação. Admirou-se com a simpatia do povo francês, que o recebia sempre com confiança e quando ele dizia o motivo da sua viagem, provocava gargalhadas simpáticas, pois os franceses sempre souberam dar o valor ao Amor.
    Chegou finalmente a Paris. Um pouco cansado com a viagem, pois foram longos os dias e noites e ao longo da viagem, houve também chuva e frio. Em Paris, o cavaleiro ficou impressionado com a beleza daquela cidade. Começou a pensar onde haveria de passar aquela noite, até que avistou um pintor, que nas margens do rio Sena, pintava como se não houvesse o fim do dia. A luz estava demasiado fraca, mas ele nem pestanejava, correndo os olhos na tela e o pincel colorido. Ficaram ali os dois, um e o outro olhando a tela, que por magia lhes devorava a atenção. Serenamente o pintor disse-lhe:
- Não sentes as águas do rio a passarem entre as árvores?
- É mágico o teu pincel! – respondeu-lhe o cavaleiro – olhar o rio e a tela…parecem reflexos!
      O pintor convidou o cavaleiro a passar a noite em sua casa. Reconhecido e prestável, o Cavaleiro ajudou-o nas suas tarefas, não em todas, a pintura era um mundo privado, onde só o talento podia entrar e esse, o cavaleiro não possuía. O cavaleiro gostava muito de estar em casa do pintor que lhe contava histórias, todas as que ele vira acontecer nas margens do Sena e todas maravilhosas como aquela bela cidade. O Sena (la Seine, em francês) é um rio francês que banha a capital, Paris. O rio Sena é conhecido como o rio dos namorados.
     Apesar disso, o cavaleiro estava triste porque ainda não tinha encontrado o seu amor. O cavaleiro disse ao pintor que não sabia quanto tempo iria ficar, mas queria conhecer Paris inteiro e pediu-lhe que fosse o seu guia.
    Um dia, o cavaleiro e o pintor foram visitar um museu, o mais belo que tinha visto - pensou o Cavaleiro, deslumbrado e atento a tudo o que lhe mostrava o pintor. Os olhos de ambos brilhavam. Um por nunca ter visto tanta beleza, o outro por nunca se cansar de a ver. Nisto, eis uma voz doce:
 – Não acham maravilhosa esta pintura? Este mistério que nos persegue? – Perguntou.
     Era uma figura esbelta e o cavaleiro ficou tão pasmado a olhar para ela, que não conseguiu dizer nem uma palavra. Achou-a muito bonita, mas foi o som da sua voz que mais encantou o Cavaleiro. Era como se uma melodia, um coro de anjos acompanhassem aquela voz. Rapidamente o pintor percebeu o que se estava a passar e depois de uma curta despedida, o Cavaleiro e a jovem ficaram contemplando aquele quadro.
- Milhares de visitantes passam todos os dias por aqui e não conseguem deixar de admirar o quadro tão enigmático, onde a protagonista possui em seus lábios aquele famoso sorriso de indefinível tristeza, onde temos a impressão que sua expressão muda constantemente. É La Gioconda retrato de Mona Lisa. A modelo ficou muito tempo no mais absoluto mistério, porém, actualmente acredita-se que se trata de Lisa Gherardini, proveniente de uma família rica de mercadores e era casada com Francesco Giocondo. - Disse ela com um tom de profundo conhecimento.
- Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda ou, em francês, La Joconde, ou ainda Mona Lisa del Giocondo, é a mais notável e conhecida obra do pintor italiano Leonardo da Vinci - respondeu apressadamente o Cavaleiro – Para mostrar um pouco a sua cultura.
    Ela riu, percebeu a atrapalhação do Cavaleiro.
- Que tonta! Nem me apresentei! Eu sou a Isabel. Estudo História de Arte na Sorbonne.
- Venho aqui muitas vezes…faz parte do meu trabalho… - Continuou Isabel.
- …Oh! Claro ! Eu sou Leonardo…conhecem-me todos por Cavaleiro, mas isso é outra história e…por certo nem tem interesse…prefiro aprender tudo sobre estas maravilhosas pinturas.
    E assim aconteceu, passaram todo o resto do dia contemplando todas aquelas maravilhas do museu do Louvre. Depois desse dia, continuara as visitas aos museus e também pelos parques e por toda a cidade. Com o passar do tempo, o cavaleiro percebeu que estava a ficar apaixonado por Isabel. O cavaleiro também se apercebeu que Isabel estava apaixonada por ele. Foi então que o cavaleiro lhe pediu em namoro. Estava uma tarde ensolarada de brisas suaves e sons de pássaros nos jardins. Num gesto suave, o Cavaleiro oferece-lhe uma flor. Isabel encantada com o pedido de namoro deu-lhe um beijo. O Cavaleiro ficou muito feliz por Isabel aceitar namorar com ele. Tinha encontrado o Amor naquela cidade tão mágica. Havia uma certeza nisso. Tudo parecia estar destinado para eles.
    Os dias passaram sempre com aquela alegria própria dos enamorados. Continuando a ajudar o pintor, encontrando-se com Isabel e conhecendo cada vez melhor a cidade de Paris, o cavaleiro começava a gostar de estar ali, pensando ficar para sempre.
    Mas algo inesperado aconteceu, o pintor tinha perdido a inspiração e há já algumas semanas não conseguia pintar nada.
- Vou partir… – Disse ao cavaleiro. – Tenho que te pedir que vás comigo…quando precisaste também eu te ajudei. Agora preciso que venhas comigo!
     Fez ao cavaleiro uma proposta de sociedade na venda dos quadros. O cavaleiro ficou com algumas dúvidas em aceitar esta proposta, mas precisava do seu próprio dinheiro para se sustentar. Acabou por aceitar o negócio. Tinha de contar a Isabel, por certo ela iria compreender.
  – Isabel, tenho de falar contigo!
  - Que cara tão aflita! – Riu ela.
  - O que tenho para te dizer é difícil…é que me vou embora! - Exclamou o cavaleiro.
Isabel triste com esta decisão, compreendeu os seus motivos.
- Sabes para onde vais?
       O cavaleiro ao vê-la triste, ainda pensou em pedir-lhe que o acompanhasse, mas ela tinha os estudos na Sorbonne, de certeza que não iria com ele.
 - Eu gostava muito, mas tem de ser assim tão rápido? É que eu ainda não estou preparada para deixar a minha família, o meu trabalho... - Disse Isabel.
– Como eu gostava muito que tu viesses comigo, talvez possa ficar mais uns dias para te ajudar a decidir… pensa no nosso sonho de viajarmos juntos! – Suplica-lhe o cavaleiro.
 Isabel ficou pensativa e interromper por alguns meses os estudos, também não lhe parecia muito grave. Começou logo a imaginar e a planear como seriam os seus próximos dias. Felizes conversavam sobre a viagem que iam realizar, das aventuras que iriam viver e dos sonhos que iriam concretizar.
  Certamente que esperavam grandes aventuras, emoções e até saudades da sua família, claro! Alguns dias depois, Isabel sentiu-se preparada para contar à sua família a grande viagem, com o seu Cavaleiro. Após uma longa conversa, e como previsto, não aceitaram como sendo uma boa ideia e ficaram muito inquietos e preocupados dizendo:
  - Não é bom andar por aí a viajar pelo mundo fora. - Mas Isabel não desistiu. Depois de muita insistência, os seus pais aceitaram a ideia de que Isabel partisse e viajasse para conhecer o mundo com o seu amado Cavaleiro. Seria uma oportunidade única para viajar, conhecer novos países, novas culturas, novas línguas… Afinal também ela representava o sonho dos seus pais. E como o poeta diz: ”O sonho comanda a vida”.
  Chegado o dia de partida, Isabel adoeceu gravemente com uma febre súbita. Mais uma vez tinham um obstáculo à sua frente e não poderia partir.
 – Cof, cof… peço desculpa pelo que aconteceu… - Disse Isabel ao Cavaleiro muitíssimo tristonha.
  - Não sejas tola… não foste tu que pediste para ficar nesse estado, não penses nisso! Descansa! - Disse o cavaleiro bastante triste e preocupado.
   Sem saber o que fazer, não lhe parecia bem deixá-la agora. Logo agora, que ela estava doente. Dividido entre acompanhar o pintor, a quem tanto devia, ou ficar com Isabel, pareceu-lhe que aquela decisão era impossível de tomar. Foi dar uma volta para espairecer.
    Correu as margens do Sena durante horas, de olhos postos no chão como se todo o peso do mundo estivesse nos seus ombros. As margens do rio estavam por aquela altura cobertas de flores. Sem perceber como, reparou numa flor que lhe parecia muito familiar. Baixou-se para a examinar melhor… seria?... como? Se fosse a mesma, como cresceria ali? Era uma flor rara. Só crescia nas altas montanhas…e ali? Aquela flor era capaz de curar qualquer doença. Retirou-a com bastante cuidado para não a partir.
  - Hum…Esta flor… se for a mesma que a minha mãe usou para me curar na minha infância pode salvar a minha Isabel. - Falava para consigo o Cavaleiro.
    Sentou-se numa pequena pedra, enquanto observava a tal flor. É então que aparece um velhinho de bengala, que lhe diz:
  -Tem cuidado com essa flor meu rapaz, pode ter muito de bom, mas também tem muito de mau!
  - Quem é o senhor? - Perguntou o Cavaleiro.
  - Sou Pierre, mais conhecido por Corcunda de Notre Dame…e tu? Quem és? Não és de cá pois não?
  -Não, sou do sul de Itália. O meu nome verdadeiro é Leonardo, mas sou conhecido por Cavaleiro devido ao meu porte. – Explicou-se o Cavaleiro.
  - Como conhece esta flor? Intrigou-se o velhinho.
      Foi então que o Cavaleiro lhe contou uma pequena história:
  - Desde pequeno que tenho o dom de entender bem os animais. Quando era pequeno apanhei uma doença grave, ficava cada vez mais magro, mas comia como um verdadeiro leão, os meus amigos até me chamavam de “Trinca-espinhas”, tal era o meu aspecto doente e fraco. Até que, quando falava com um esquilo, ele me contou que existia uma flor capaz de curar qualquer doença e indicou-me esta flor. A minha mãe fez com ela um chá e fiquei um rapaz normal… Vou utilizá-la para curar a minha amada Isabel.
  - Acho que fazes bem. Mas tem cuidado! - Alertou o velhinho.
        Foi-se embora e o cavaleiro não permaneceu ali muito tempo.
      De regresso, junto de Isabel, o cavaleiro preparou um chá utilizando a flor.
  -Aqui tens este chá que te preparei, com uma flor que é capaz de curar qualquer doença. - Disse o Cavaleiro mostrando a taça de chá fumegante.
  -Tens a total certeza que vou ficar curada com esse chá? - Perguntou Isabel com voz rouca.
  -Tenho a total certeza, pois também eu já foi curado por essa poderosa flor. - Respondeu o cavaleiro.
  - Então eu tomo esse chá! – Mostrou-se confiante Isabel.
   Passados vários dias, Isabel não melhorou, pelo contrário, ficou pior do que já estava. O cavaleiro desesperado, lembrou-se das palavras sábias de Pierre, o Corcunda, que o avisou.
   - Vou ter de ir até ao seu encontro, pois ele pode saber a cura para a doença agravada pela flor.
   Regressou ao local, onde encontrou a flor, com a esperança de o encontrar. Esteve ali horas, pareceram-lhe meses de tortura.
  -Senhor Pierre. Disse o cavaleiro, quando finalmente ele apareceu. – Julguei que não voltaria a vê-lo! – Repetia com a voz trémula.
  - O que te traz aqui outra vez, meu filho?
  - A minha amada piorou, depois de tomar o chá feito com a flor. Que posso eu fazer agora para a curar? - Perguntou o cavaleiro.
-Sinceramente, não sei o que fazer. – Abanou a cabeça desanimado. - Dá-me tempo, pensarei numa solução.
  O cavaleiro foi para casa desesperado com o que estava a acontecer.
  No dia seguinte, o senhor Pierre foi ter a casa do Cavaleiro e encontrou-o já desesperado, quase já sem fé de curar a sua amada Isabel.
 - Tenho a cura para Isabel - Diz firmemente o Velho sábio.
 – Qual? - Suspira o Cavaleiro, agora com um sorriso na cara.
 - A cura fica muito longe, mas se queres mesmo salvar Isabel terás de lá ir.
 - Faço tudo, o que for preciso por ela. O cavaleiro estava com um ar muito determinado
 - A cura fica num país pequeno chamado Portugal, numa cidade chamada Guimarães, perto do castelo. - Respondeu-lhe o velho homem.
 - Sim, eu vou lá, o que faço a seguir? - Perguntou o cavaleiro.
 - Quando chegares lá, vais ver uma pequena fonte com uma corrente muito lisa e brilhante. Pegas num frasco e enche-lo com a água dessa fonte.
    A viagem foi muito cansativa, pois teve de percorrer muitos quilómetros sem descansar, já que todos os minutos contavam para salvar a vida de Isabel. Seguindo todas as instruções dadas, o Cavaleiro chegou rapidamente à fonte. Realmente a descrição correspondia à beleza mágica da água, que saltitando nas pedras, brilhava como mil cristais.
   O cavaleiro já com a água no frasco, cada vez estava mais ansioso para regressar e terminar a sua missão. Caminhou novamente dia e noite. Caminhou, caminhou e a estrada era para ele a sua meta, sem descanso e finalmente chegou.
  Ficou destroçado porque Isabel estava quase a morrer. Segurando a sua cabeça e inclinando-a um pouco, disse-lhe baixinho:
  - Bebe rápido esta água.
  Isabel bebeu a água e como por encantamento, com um brilho nos olhos, finalmente ficou curada. Foi lenta a recuperação, pois Isabel estava fraca e debilitada pelos longos dias de febre. Durante as manhãs Isabel descansava e passavam as tardes conversando e lendo livros que contavam maravilhosas histórias de viagens. Por essa altura já o pintor, seu amigo, tinha regressado também da sua viagem, feliz por ter a sua inspiração de volta. O reencontro foi emocionante e o pintor ficou fascinado pela descrição da fonte de Guimarães. Seria esse o seu novo destino de inspiração.
     Apesar de ter visitado a cidade de Guimarães a correr, espantou-o por ser uma cidade histórica e com muito para descobrir. O Cavaleiro era um homem curioso e aquela cidade tinha um brilho especial. Sem pensar e aproveitando estar ali com Isabel e o pintor, propôs aos dois uma viagem até Guimarães!
- Será a nossa lua-de-mel, o local que te salvou a vida! - Exclamou o Cavaleiro.
- Quem sabe, farei alguma recolha para o meu trabalho de História de Arte. Também estou a precisar de inspiração, depois destes momentos de aflição – responde Isabel rindo.
- Inspiração…sim…essa água mágica…quero pintá-la! – Suspira o pintor – e não me esqueci do nosso negócio, Leonardo. Ainda somos sócios!
  - É bom saber que fiz as escolhas certas! – Sorriu Leonardo olhando para os dois.
Sorriram uns para os outros. Sabiam que seriam amigos para todas as situações, pois já tinham sentido isso nos momentos difíceis por que passaram.
- Partiremos já amanhã! - Disse o Cavaleiro triunfante.
- Amanhã?! – Exclama admirada Isabel – Partiremos sim…mas sem pressa!
- Concordo! – Apesar de Guimarães ser uma cidade bastante bonita, tenho a certeza que vais adorar também a minha casa em Itália. – Diz confiante o Cavaleiro.
- Claro que sim, não tenho dúvidas disso. - Disse brincando Isabel. - E depois partiremos para onde?...
- Quem sabe para terras desconhecidas… - sugere sonhador o pintor. – E…
- E… não nos vai faltar inspiração! – Dizem ao mesmo tempo Leonardo e Isabel.
- Por falar em inspiração… Leonardo, ainda não me contaste aquela história dos animais falarem contigo e …tens cavalos em Itália?…É por isso que te chamam Cavaleiro? – Pergunta curioso o pintor.
- Jean, meu amigo…durante a viagem, terás muito tempo para saberes tudo! - Sugerem ao mesmo tempo Isabel e Leonardo.

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