9º Ano
Motivação ao estudo de Os Lusíadas de Luís de Camões
Apresentação de Os Lusíadas em vídeo
Este vídeo foi produzido por uma equipa de alunos e respectiva professora no Brasil.
Não estranhes por isso algumas palavras com a ortografia do Português do Brasil, tal como «Gênio» que no Português de Portugal se escreve «Génio».
Estes dois vídeos fazem parte de um grupo de cinco que constituem um documentário muito bem fundamentado da vida e obra de Luís de Camões.
Vê com atenção:
*Depois de visualizares com atenção estes vídeos escreve um pequeno texto informativo onde transmitas alguns conhecimentos que adquiriste sobre a vida e obra de Luís de Camões e principalmente sobre Os Lusíadas.
Vê agora este vídeo que reproduz um excerto do episódio «A Tempestade» de Os Lusíadas.
Poderás, do texto e da sugestão da leitura expressiva, imaginar os perigos que os Portugueses passaram na aventura marítima, bem como a grandiosidade do texto, que narra essa mesma aventura.
Lê este poema de Fernando Pessoa do seu livro Mensagem
II - Segunda Parte: Mar Português
«O MOSTRENGO»
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
Fernando Pessoa «Mensagem»
E vê este vídeo:
Aqui, bem como n'Os Lusíadas, o «Mostrengo» é o símbolo dos medos e obstáculos impostos aos portugueses.
Inicialmente há uma tentativa por parte do povo português, representado pelo homem do leme de dobrar o Cabo das Tormentas.
No entanto, este é impedido pelo «Mostrengo», com quem estabelece um dialogo (o Mostrengo apresenta-se superior e capaz de atemorizar toda a tripulação).
Neste livro de Fernando Pessoa, imortalizar-se os feitos dos portugueses, mas de uma outra visão…a do sujeito poético.
Irás ter a oportunidade de conhecer este livro aprofundadamente no 12ºano.
*Há um episódio n'Os Lusíadas, que refere este mesmo tema: Descobre-o!
Repara agora, o interesse com que os nossos amigos do Brasil seguem a Língua Portuguesa e com que entusiasmo lêem os textos dos nossos escritores.
Neste vídeo irás «ler» outro belíssimo texto poético de Fernando Pessoa: «Mar Salgado».