TER OPINIÃO
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Servirá de inspiração para construíres uma opinião sobre o que te rodeia…
Organiza a tua opinião sobre um dos temas indicados:
J Apontas as ideias principais que queres referir;
J Refere exemplos sugestivos que explicam a tua opinião;
J Sintetiza a tua opinião, reforçando as ideias principais;
J Depois do teu esquema organizado, treina a oralidade/escrita, expondo a tua opinião aos teus colegas.
TEMA
1
A
Consequência dos Semáforos
"Odeio os semáforos. Em
primeiro lugar porque estão sempre vermelhos quando tenho pressa e verdes
quando não tenho nenhuma, sem falar do amarelo, que provoca em mim uma
indecisão horrível: travo ou acelero? Travo ao acelero?, acelero, depois travo,
e ao travar de novo já me entrou uma furgoneta pela porta, já se juntou uma
data de gente na esperança de sangue, já um tipo, de chave-inglesa na mão, saiu
da furgoneta a chamar-me camelo, já a companhia de seguros me propões
calorosamente que a troque por um rival qualquer, já não tenho carro por uma
semana, já me ponho na borda do passeio a fazer sinais de náufrago aos táxis,
já pago um dinheirão por cada viagem e, ainda por cima, tenho de aturar o
pirilampo mágico e a Nossa Senhora do Alumínio do «tablier», o espelho de
plástico pendurado do retrovisor, o autocolante da menina, de cabelos compridos
e chapéu, ao lado do aviso «Não fume que sou asmático», proximidade que me leva
a supor que os problemas respiratórios se acentuaram devido a alguma perfídia secreta
da menina que não consigo perceber qual seja.
A Segunda e principal razão
que me leva a odiar os semáforos é porque, de cada vez que paro, me surgem, no
vidro da janela, criaturas inverosímeis: vendedores de jornais, vendedores de
pensos rápidos, as senhoras vistosas, com uma caixa de metal ao peito, que nos
colam autoritariamente, sobre o coração, o caranguejo do cancro, os matulões da
Liga do Cegos João de deus, nas vizinhanças de um antifalante sobre uma
camioneta com um espadalhão novo em folha em cima, o sujeito digno, a quem
roubaram a carteira e que precisa de dinheiro para o comboio do Porto, o
tuberculoso com o seu atestado comprovativo, toda a casta de aleijões
(microcefálicos, macrocefálicos, coxos, marrecas, estrábicos divergentes e
convergentes, bócios, braços mirrados, mãos com seis dedos, mãos sem dedo
nenhum, mongolóides, dirigentes de partidos políticos, etc.), sem contar o
grupo de Bombeiros Voluntários que necessita de uma ambulância, os novos
finalistas de Coimbra, de capa e batina, que decidiram fazer uma viagem de fim
de curso à Birmânia, e a rapaziada da heroína que não conseguiu roubar nenhum
leitor de cassetes nesse dia.
Resultado: no primeiro
semáforo já não tenho trocos. No segundo já não tenho casaco. No terceiro não
tenho sapatos. No quinto estou nu. No sexto dei o Volkswagen. No sétimo aguardo
que a luz passe a encarnado para assaltar por meu turno, de mistura com uma
multidão de bombeiros, de estudantes, de drogados e de microcefálicos, o
primeiro automóvel que aparece. Em média, mudo cinco vezes de vestimenta e de
carro até chegar ao meu destino, e quando chego, ao volante de um camião TIR, a
dançar numas calças enormes, os meus amigos queixam-se de eu não ser
pontual."
António
Lobo Antunes, Livro de crónicas.
O
texto que acabaste de ler é uma crónica.
Qual
o facto do quotidiano que está referido e qual é a
imagem de cidade que este texto nos transmite?Inicia assim o teu discurso: A vida quotidiana é vista por muitos como difícil. As razões são inúmeras: o trânsito, a falta de tempos livres, o tempo de descanso reduzido...
TEMA 2
Acidentes
rodoviários: O asfalto é a peste negra do século XXI. Uma epidemia que ceifa
perto de 1,22 milhões de pessoas por ano. E reduz a esperança média de vida das
populações em 30 anos. Em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde, a
sinistralidade rodoviária será a 3.ª causa de morte, ultrapassando flagelos
como a guerra e a SIDA.
POR Jorge Flores , MARÇO 2003
TEMA
3
A pobreza enquanto “miséria”,
isto é, a carência de bens de sustentação que aviltam a pessoa humana,
comprometendo-lhe a sua dignidade e impedindo o exercício da liberdade, constitui
um dos problemas mais dramáticos do mundo contemporâneo. O fenómeno sempre
existiu, mas na atualidade ele agudizou-se: pela dramaticidade das suas
concretizações; pela sua extensão, atingindo nações e continentes; pela
convivência escandalosa com situações de luxo irracional e de esbanjamento
perdulário.
Mensagem do Patriarca de
Lisboa, lida na Celebração promovida pela Fundação Pro Dignitate sob o Arco da
Rua Augusta, Lisboa, 2002
Bom Trabalho!
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